Por que não existem empregos em Guapimirim de empresas privadas?
Parte I
Todos sabem que o maior empregador do município é a Prefeitura. Não sabemos o total de funcionários empregados, em ano eleitoral pior ainda. A dificuldade esta na identificação dos empregos. Quantas são os servidores concursados? Quantas são contradados pela Prefeitura pelo regime CLT? Quantas são os contratados via empresas de recursos humanos (RH), ONG, prestadoras de serviços temporários, etc? O recente episódio da contratação as pressas de um Centro Espírita como empresa de RH para assinar as carteiras dos funcionários levanta suspeita de alguma irregularidade trabalhista, cometida em anos anteriores. Bom isto é assunto para fiscalização do MP Federal do Trabalho e o INSS.
Antes da emancipação do nosso município há 22 anos Guapimirim, possuía um parque empresarial de porte médio constituído de empresas privadas que empregavam um razoável número de pessoas.
Só para recordar citaremos algumas empresas que se foram: Wortington (metalúrgica de equipamentos leves e pesados), Cortume Carioca, Fabrica de Piscinas, Fabrica de Tubos, Metalúrgica de Bronze, Metalúrgica do Lúcio e outras, além da Klabin (papel) e Cibrapel (papel) que hoje operam com um número reduzidíssimo de funcionários desde a crise de 2008.
Os jovens e os mais velhos só tem um caminho na procura do emprego, sair de Guapimirim, ir para capital ou municípios vizinhos. Deixando para trás suas raízes a sua família. Guapimirim não é considerada cidade dormitório em função do custo elevado do vale transporte, mesmo com o advento do bilhete único. Muito dos nossos trabalhadores (as) quanto preenchem as fichas de empregos omite que residem em Guapimirim. São obrigados ficarem a semana no Rio morando em vagas, dormindo no próprio emprego ou se virando como podem, é só humilhação. A grande alegria é poder voltar na sexta-feira à noite para suas raízes, para sua Guapimirim e encontrar os seus amigos, seus parentes, ir à praça ou igreja e rever todos que fazem parte da sua vida.
O trabalhador que fica em Guapimirim tem que submeter-se a chantagem da Prefeitura. Só arruma emprego se o cidadão e sua família votarem no candidato indicado pelo fulano de tal, verdadeira escravidão. Na realidade é subemprego ou emprego suspeito de irregularidade, visto que o cidadão quando é demito não tem os seus direitos garantidos. Agora mesmo temos alguns pré-candidatos a prefeitos e vereadores que discordaram do governo municipal e tiveram seus apadrinhados sumariamente demitidos.
Nestes 22 anos de emancipação nenhum prefeito fez qualquer gestão para manter as empresas existentes e atrair novas empresas criando um mercado de trabalho. Somos um dos únicos municípios do entorno, (são 14 município) do Comperj/Petrobras, que não atraiu nenhuma empresa para o seu território. Estou falando de empresa NÃO poluidora como às de serviços. Até ao final ano de 2010 o prefeito atual de Guapimirim, era vice-presidente do importante “CONLESTE” o consórcio responsável pela política de relacionamento do município com a Petrobras e Governo Estadual. A dúvida é saber se ele algum dia apareceu às reuniões do CONLESTE para lutar e reivindicar pela vinda de empresas para Guapimirim.
CONCLUSÃO: Um dos maiores problemas de Guapimirim no meu entender é sem sombra de dúvida a falta de emprego. A saúde a educação são problemas sérios, mas uma coisa é o cidadão enfrentar um problema de saúde sem um tostão para pagar o ônibus e levar o seu filho ou sua mãe ao hospital. Pior ainda, não ter dinheiro para comprar o remédio que esta faltando na farmácia do hospital. O que pode representar a vida ou a morte do seu parente querido.
Os empregos de empresas privadas representam a LIBERTAÇÃO E AUTONOMIA do povo de Guapimirim.
Será que os antigos e novos Coronéis da política local desejam isto?
Manoel Figueiredo.
Colaborador do Boletim da AACG. Criador do movimento “Emprego Já Guapimirim”em 2007/2008, por ocasião da Audiência Pública Petrobras/Comperj. Ex-presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública de Guapimirim, 2009/2011.
Matéria publicada no Boletim da AACG do mês de Abril de 2012.